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Perdeu, Mané! Você também, Jorge Moura.


Já na equipe de transição, o ex-presidiário declarado eleito pelo TSE mostra sua indisposição para a austeridade. Nada menos que 283 nomes foram anunciados como membros do staff que fará a mudança. São quase quatro vezes o previsto pela lei e nove vezes o número apresentado por Bolsonaro em 2018. É gente pra dedéu. Nenhum companheiro foi deixado chorando na calçada. Não tenho elementos para endossar e até acho um pouco exagerado, mas, segundo o jornalista Fernão Lara Mesquita, “metade já estiveram na cadeia e metade deveria estar”.


Até aqui, o que saiu da estratosférica equipe de transição é um assombro. Derrubou a bolsa em bilhões, a Petrobrás idem, o índice de confiança no Brasil ibidem. O ex-presidiário deu de ombros e um recado ao mercado: “Vai cair? paciência”, ou seja, mandou um “perdeu Mané” para aos investidores também. O que aumentou mesmo foi a autoestima do ex-presidiário, que na COP 27, para onde foi em jato emprestado por um companheiro também ex-presidiário, anunciou a uma plateia ávida por adesões ao discurso do pânico aquecimentista que a sua eleição salvou o mundo. Retorna o iluminado sobre a terra, aquele que entregará a Amazônia aos desígnios europeus prevalecentes nos fóruns internacionais. Promete-se que, doravante, o que decidirem por lá será obedecido por cá, sem aval legislativo. A mídia amestrada aplaude efusivamente a volta do Brasil ao jugo globalista e a COP comemora a conquista definitiva da Amazônia. Vem aí um “carbonão”? A meu ver, o meliante deveria sair do Egito preso por crime de traição e lesa-pátria.


Como se percebe, estamos na era do “perdeu, Mané!” que, pela linguagem também se poderia chamar “era do assalto”. Perderam os 60 milhões de “manés” que segundo o TSE votaram em Bolsonaro como representante de uma agenda liberal-conservadora, perderam os acionistas da Petrobrás e empresas da Bolsa, perderam os que acreditaram no Brasil e perderam os que pensavam que a Amazônia é brasileira. Parêntesis para lembrar que até o nosso bom acreano Jorge Moura virou Mané e perdeu também.


Os desdobramentos de tantas perdas ainda se farão notar em toda a economia e, no final da ponta, até o mais desvalido mendigo perderá, pois, seguramente, este diapasão lhes aumentará a concorrência. Vem aí o assalto geral e, advirto, não será apenas para Manés. Perderão Marias e Franciscos. Disso o pré-governo já está cuidando junto a parlamentares que, invertebrados por natureza ou genuflexos para apanhar algo jogado ao chão, estão preparando um rombo de bilhões no teto orçamentário. Irresponsabilidade fiscal, aumento de inflação, descontrole cambial, aumento de juros, instabilidade, fuga de capitais, desinvestimento, desemprego, miséria. Um itinerário bastante conhecido para no final, vir mais estado provedor, bolsas, auxílios, dominação, mais inflação, mais pobreza e mais controle e autoritarismo. Perderão os que ao custo do próprio suor, sacrifício e poupança, conseguiram juntar bens e propriedades que serão invadidos e saqueados sob acobertamento judicial. Perderá o direito à livre expressão, a condição natural de questionar. Perderão os homens e mulheres livres. Seremos todos Manés.


O leitor certamente pensou em quem NÃO perde, em quem ganha. É, eles existem. Não perdem os amigos (empresas e pessoas) do rei, pois estarão, como diria o poeta Manuel Bandeira, numa espécie de “Pasárgada” bancada pelo erário. Ganham os altos escalões do partido e associados que desfrutarão do poder de determinar quem manda, onde e como. Ganham as ditaduras amigas que terão um irmão generoso para financiar suas estrepolias totalitárias. Ganha o globalismo progressista e sua pauta horrenda e antirreligiosa. Ganha o neomalthusianismo que reforça o controle do rol e do suprimento às necessidades humanas.


Bem, este é o cenário visível, mas, como em todo palco, na política há a coxia e por lá, sabe-se, as coisas não estão exatamente calmas. Com medo da performance ruinosa do sócio que arrumaram, há grandes diretores e produtores da peça dando para trás. Alguns, tipo Meirelles, já saíram desejando “boa sorte”, outros entraram num mutismo barulhento. Os bastidores fervem com Alkimistas preparando um alçapão por onde desaparecerá o ator principal antes do “grand finale”.


E tem as ruas cheias com a resistência de multidões que interpretam como fraude gigantesca o ocorrido no processo eleitoral. Ninguém aceita ser “Mané”. O Brasil de hoje é tão instável que até a posse do ex-presidiário tudo pode acontecer, inclusive nada. Lamentavelmente, Xerifes de ocasião emitem ordens repressoras como novatos de artilharia manejam fuzis, quero dizer, sem pena nem dó. A administração da COVID nos legou esse horroroso modus operandi. Cada um que se sinta autorizado pelo exemplo superior, senta a caneta. Faz lembrar o Pedro Aleixo ao Presidente Costa e Silva, referindo-se ao AI-5: “Presidente, o problema de uma lei assim não é o senhor, nem os que com o senhor governam o país. O problema é o guarda da esquina". Pois é, já tem mequetrefe por aí achando que é o Xandão.


Enquanto a imprensa defunta esconde multidões, as mídias sociais que hoje fazem a real circulação de notícias (cada um que filtre a verdade sob seus critérios), estão em polvorosa com os relatórios quase diários emitidos por um certo argentino que resolveu mexer na lama e revelar até o ponto que acha razoável as entranhas do sistema de processamento de eleitoral no Brasil. É coisa de arrepiar os cabelos do bigode. Por último, o “dieguito” mostrou que mesmo depois do baile encerrado (17:00), em milhares de clubinhos vermelhos no Brasil o funk “fazueli” tocou sozinho até quase meia noite.


Por sua vez, chamadas à visita, as forças armadas não engoliram a missão de endossar o que não encontraram. Pelo contrário, emitiram nota assegurando que não viram nem lhes foi permitido ver vários cômodos da imensa mansão dos votos, e isto os impediria de assinar um atestado de limpeza. Temos aí o mais delicado jogo em andamento e, sinceramente, não creio que as FFAA dediquem tempo e energia pulando amarelinha com a “justa”. A ver.

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