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O trem governo descarrila carregado de incompetentes e bajuladores


Tenho por costume e gosto, em todo início de governo, passar as vistas no quadro de ministros que assessoram o presidente recém-empossado. Isto porque já vi muitos, e, ainda, porque tenho uma tendência a concordar com o conhecido empresário brasileiro Abílio Diniz. Segundo ele, gestão é basicamente processo + pessoas, de modo que “se uma banda vai mal o trem sai dos trilhos”, então, se as pessoas são, de cara, incapazes, qualquer empreendimento se candidata ao fracasso. Há quase 500 anos, um sujeito muito mais conhecido, de outro modo, tratou do assunto.


“Não é de pouca importância para um príncipe a escolha dos ministros, os quais são bons ou não, segundo a prudência daquele. E a primeira conjetura que se faz da inteligência de um senhor, resulta da observação dos homens que o cercam; quando são capazes e fiéis, sempre se pode reputá-lo sábio, porque soube reconhecê-los competentes e conservá-los. Mas, quando não são assim, sempre se pode fazer mau juízo do príncipe, porque o primeiro erro por ele cometido reside nessa escolha.”


O trecho acima, extraído de “O Príncipe”, de Nicolas Maquiavel, publicado em 1932, é uma lente através da qual podemos observar a composição dos governos e, por conseguinte, avaliar suas possibilidades. Vejamos que Maquiavel estabelece dois critérios a serem obedecidos pelo governante na escolha de seus ministros – capacidade e lealdade. A questão é que nem sempre os dois atributos caminham juntos, então, buscando segurança, normalmente o detentor da posição de mando dá preferência à lealdade, o que pode parecer bom para o príncipe, mas, seguramente não para o povo. Temos aí o exemplo lulista. Saiu um time da série A e entrou o da várzea, porém, confiável ao técnico.


Uma das características mais evidentes do governo Lula da Silva é o retorno imediato dessa espécie de coleguismo que costuma frequentar as incompetências administrativas, enfraquecendo a gestão e dando vez ao desperdício e corrupção. Eles mesmos não escondem seu desapreço pela meritocracia, tida como melindre burguês.

É da prática esquerdista (mas não somente), preencher cargos com companheiros de qualquer jeito, sem o filtro de suas aptidões. Se necessário, aumente-se o número de cargos, o que importa é aparelhar ideologicamente as instituições e, sempre que possível, resgatar correligionários em dificuldades. Se a esfera federal for insuficiente, os Estados cumprem o papel. O caso mais recente da miséria ética de nossos políticos ocorre na Bahia, onde a enfermeira, esposa do ex-governador e atual ministro da Casa Civil, Rui Costa, está sendo levada ao Tribunal de Contas dos Municípios de onde só sairá aos 75 anos de idade. Duvida-se que a jovem senhora já tenha visto uma conta de supermercado. As esposas de Renan Filho e Wellington Dias seguem a picada há muito aberta. No fundo, importa é que, depois de acomodado na poltrona confortável e pôr a mão em salários e mordomias que o mercado jamais lhe pagaria, esse exército de nomeados se dispõe a qualquer coisa. Temos aí a lealdade em alta, já as capacidades foram pro chão. A conta, nós pagamos.


Embora protegido pelo consorcio da grande mídia, o governo federal não conseguiu até aqui mais do que olhar no retrovisor e divulgar fantasmas do governo passado. Lula está rigorosamente concentrado em “desbolsonarizar” a administração e criar uma narrativa de terra arrasada, ou seja, quer criar uma manjada “herança maldita” que possa no futuro servir de desculpa para sua incúria e a de seus ministros. O exemplo mais evidente vem da economia, onde depois de Paulo Guedes, tenta se virar o patético Haddad com suas “genialidades” tipo criar uma moeda única com a Argentina, quiçá latino-americana, anunciar mamadeira às ditaduras amigas e brigar com o Banco Central. Outro, vem da Justiça, onde o comunista maranhense, amigo da ODEBRECHT, distribui ameaças e projetos autoritários que emasculam até a imprensa que, dominada, silencia ou, às vezes, até aplaude.


Excetuando Zé Dirceu, creio, ninguém sabe qual o plano do Lula, ele nunca disse, recebeu um cheque em branco para fazer o que quiser e está fazendo, ou seja, construindo uma vingança sem limites contra a parcela da sociedade que não bate pau para o lulopetismo e que, a seu ver e do seu grupo, pertence a uma direita que tem que ser eliminada. Como todo socialista, suas ambições são totalitárias, não admite oposição. Há quem garanta que o plano é esse mesmo – implantar uma ditadura de esquerda aos moldes venezuelanos.


Aliás, setores importantes da economia, da política e até da justiça já sinalizam uma séria desconfiança do lulopetismo versão 2023. Há gente no andar de cima achando que cercado de incapazes e bajuladores expelindo bílis vermelha, talvez não seja possível levar a bom termo um governo tão complexo em uma era cheia de instabilidades como a nossa. Só para lembrar, Robespierre não contava com o 28 de julho de 1794 em Place de Révolution.


Em tempo. Como tratei do assunto na coluna passada, atualizo os dados e informo que Eduardo Velloso é o quarto deputado acreano interessado em esclarecer o episódio de 8 de janeiro em Brasília e assinou o pedido de CPMI. Segundo o twitter do Deputado André Fernandes (@andrefernm), o número mínimo foi atingido nas duas Casas. Parabéns!

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