No último dia 26/04, quarta-feira, foi aprovado no Senado o PL 423 de 2022, de autoria do Senador Álvaro Dias, com relatoria favorável do senador Oriovisto Guimarães, que reconhece o extermínio pela fome de ucranianos e estabelece o quarto sábado de novembro como “Dia de Memória do Holodomor”. É, objetivamente, o reconhecimento oficial pelo Brasil, de que entre 1932 e 1933, deliberadamente, os comunistas, sob Stálin, mataram de fome (Holodomor significa morte pela fome), milhões de ucranianos. A imagem acima é do memorial do Holodomor, em Kiev, Ucrânia. A garota magérrima, de olhar tristíssimo, com um pequeno feixe de trigo nas mãos é dramática.
Genocídio é, como sabem todos, o extermínio deliberado de um grupo étnico, racial ou religioso. Está nos manuais, embora a estupidez de alguns tente vulgarizá-lo como se fosse um fato comum. Historicamente, a cada genocídio corresponde um negacionismo. Se ainda há imbecis para negar o Holocausto, há os que negam o Holodomor - a esquerda costuma esconder seus mortos. É preciso, pois, tanto num caso como no outro, registrar para a história os fatos ocorridos e sua importância para a humanidade.
Como disse o Senador Álvaro Dias na justificação do seu projeto, “...a morte pela fome foi imposta a milhões de ucranianos, por meio da coletivização forçada e do confisco da produção local, personificando incontestável genocídio perpetrado pelo regime stalinista contra o povo ucraniano”. Muitas outras nações já o reconheceram. É um fato histórico infelizmente jogado para de baixo do longo tapete comunista durante quase um século.
Sim, o projeto do Senador tem importância em si mesmo, mas, não apenas. Ele serve para retirar a máscara indecentemente usada pela esquerda, que se vende aos incautos como portadora de um bornal de humanidades com seu igualitarismo de gogó que sempre resulta em miséria, autoritarismo e assassinatos. O Holodomor deve ser tão conhecido e execrado quanto o Holocausto, assim como a ideologia que o promoveu deve ser apontada. Nazistas e comunistas tem muitas similaridades, entre elas, historicamente registrados em milhões de mortes, os genocídios que praticaram.
Na web existem muitos vídeos e depoimentos acerca do Holodomor. Destaco e recomendo, na NETFLIX, “A sombra de Stálin”, filme polonês dirigido por Agnieszka Holland, apresentando Vanessa Kirby (indicada ao Oscar) e o ator James Norton (excepcional) no papel do jornalista Garret Jones. Outro filme essencial, que deve ser visto, é “Colheita Amarga” (2016), de George Mendeluk, com Max Irons e Samantha Barks. Se preferir um livro, há um definitivo “A fome Vermelha” de Anne Applebaum, publicado pela Editora Record. Em um artigo curto e muito bom ( aqui) Thomas Woods analisa o Holodomor.
Fica demonstrado até para o mais estúpido radical socialista que a imposição do coletivismo-igualdade em determinada sociedade SOMENTE pode se dar mediante força, autoritarismo, prisões, perseguições e morte. Ao fim, o fracasso. Não há hipótese de combinação entre socialismo e liberdade.
A lembrança do Holodomor nos termos do PL aprovado no Senado (ainda vai à Câmara dos Deputados) é oportuna porque dará chance aos socialistas de confrontá-lo, negá-lo, desculpá-lo, ou, se tiverem um pingo de decência, de assumi-lo como uma matança histórica guardada em seus armários fétidos. Lembremos que existem no Brasil mais de 600 mil descendentes de ucranianos. Os comunistas de todo o mundo devem ao povo ucraniano um genuflexo pedido de perdão.
Se o leitor acha que o sofrimento do povo ucraniano foi inaugurado agora sob as garras de Vladimir Putin, é porque a esquerda, inserida nas universidades e na imprensa, deu conta de selar por muito tempo um dos crimes mais horrendos já praticados na história da humanidade, inclusive produzindo até hoje papers e mais papers (li alguns) atribuindo a tragédia ucraniana a inéditos e coincidentes eventos climáticos e/ou mero erro tático do ditador soviético. O véu, porém, foi levantado. Não por acaso, em 2015, os legisladores ucranianos equipararam o nazismo e o comunismo. É preciso conhecer o Holodomor e dele extrair, como do Holocausto, a lição de Nunca Mais.
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