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De xandão a Bastiat




Em um momento de genialidade dilmesca o ministro do STF, Alexandre Morais, hoje mais conhecido como “xandão”, disse ao universo da Academia Paulista de Letras Jurídicas: “O mundo não muda, o mundo gira. As pessoas não giram, as pessoas mudam”. O problema é quando as pessoas mudam pelo avesso.

Nesta quarta-feira, 20/04, segundo muitos juristas, contra o bom senso, a lógica e a Lei, os que descondenaram um ladrão condenado em TRÊS instâncias para que concorra à eleição, prenderam e retiraram os direitos políticos de um deputado por “crime de opinião” numa sessão inominável. A liberdade parece uma ficção neste país submetido à sanha togada, instrumentalizada pela esquerda sedenta de poder. O alvo principal do ajuntamento é o presidente Bolsonaro que, aliás, precisa chegar hígido às eleições e ganhar com tal diferença de votos que outro resultado seja inverossímil. Entendeu, não é?


Vejo na TV e em sites esquerdistas um esforço gigantesco de guetização da candidatura do Presidente num troço que eles chamam de extrema-direita. Embora não consigam dizer do que se trata efetivamente o epíteto, os objetivos são claros - jogar o PR na extrema-direita significa aplicar-lhe um selo de portador de interesses danosas à sociedade. É a técnica conhecida como falácia do espantalho, em que se cria um monstro fantasioso para que sirva de alvo da narrativa. Difícil é indicar UM movimento, programa, projeto, lei, decreto, seja lá o que for, com origem no governo federal no sentido da tal extrema-direita que ninguém consegue decifrar. Como mentir faz parte da natureza mesma do socialismo, não creio que seja difícil desmascará-lo.


Enquanto isso, a mesma mídia passa pano para a extrema-esquerda, muitíssimo bem representada por grupos travestidos de “organizações populares”, que investem radicalmente contra princípios liberais. Entre elas, o MTST, MST, LCP etc., etc. O próprio Lula da Silva disse recentemente que tais grupos terão forte protagonismo em um eventual governo petista. Com base em suas declarações, pode-se deduzir que, em caso de vitória, a partir de janeiro de 2023 estará aberta a temporada de roubo e invasões de patrimônio alheio. Isto sim é extremismo, é agressão frontal a um princípio básico da Constituição Federal – a propriedade privada.


Quando reflito sobre a liberdade, recorro quase sempre a um economista do século 19, inspirador de ícones como Ludwig Von Mises, Friedrich Hayek, Murray N. Rothbard e muitos outros. Refiro-me a Fréderic Bastiat que em “A Lei”, de 1850, afirma os direitos naturais como princípios de matiz filosófica. Diz ele: “Não é porque os homens aprovaram leis que a personalidade, a liberdade e a propriedade existem, pelo contrário, é porque a personalidade, a liberdade e a propriedade existem que os homens fazem leis… Cada um de nós certamente recebe da Natureza, de Deus, o direito de defender sua pessoa, sua liberdade, e sua propriedade.”. Não poderia ser mais claro.


Hipócritas da espécie lulopetista vão seguidamente aos meios de comunicação se dizer democratas enquanto ameaçam cada um desses direitos. A defesa do aborto confronta a vida, a pretensão de controle da mídia solapa a liberdade, o estímulo às invasões ameaça a propriedade privada. Infelizmente, incautos atraídos “pelo politicamente correto” cedem em fatias (como dizia Hayek) cada um desses direitos, fazendo com que avance a perspectiva de transformação do Brasil em um Estado Socialista que o mesmo Bastiat, já denunciava autoritário e opressor.


É claro que este debate virá à tona durante o processo eleitoral. Apesar da “justiça” atuar a favor da agenda socialista, com fachinices, xandices e barrosidades, antecipando o autoritarismo do tipo restritivo da liberdade de expressão e de acesso às mídias sociais, e dando declarações de alcance internacional tão levianas quanto fora da liturgia de seus cargos, há aqui na planície, um vigoroso movimento de defesa dos direitos naturais. Seu principal líder na atualidade, Jair Bolsonaro, precisa pouco mais do que espelhar Bastiat para agrupar a maioria esmagadora da população que, segundo pesquisas recentes, se declara conservadora.


Sim, apesar de toda a roubalheira que patrocinaram, da desmoralização pública de seus líderes e do atraso a que nos relegaram, eles têm aliados poderosos. Aqui mesmo, neste recanto do Brasil, vi outro dia um desses representantes de “movimentos populares” de invasão de propriedade alheia ser tratado a pão de ló em uma entrevista. Enquanto o sujeito de mãos sedosas derramava seu falatório tão clichê quanto falso em ataque ao direito de propriedade, o entrevistador demonstrava um encantamento digno de uma criança em frente ao picadeiro.


Não restam dúvidas de que depois de quatro anos fora das tetas governamentais, esses grupos farão qualquer coisa para readquirir visibilidade e enganar a população com seu velho canto da sereia igualitário, por mais fracassado que tenha sido em todas as experiências realizadas, incluindo as atuais.


Não por acaso, desavergonhadamente, a eminência parda do lulopetismo, Zé Dirceu, em seguidas declarações vêm alertando para a necessidade de articulação com setores “ao centro”. Percebe o outro descondenado e tutti quanti que de cara lisa, sem máscara nem biombo, falando as suas verdades que escapam aqui e acolá, seu projeto de ditadura socialista naufragará. Nem seus amigos supremos e superiores o salvarão da avalanche que virá dos “autoritários” que clamam pelo direito à vida, liberdade e propriedade, do “ditador” que grita pelo cumprimento da Constituição Federal.


Para concluir, volto a Bastiat, que xandão certamente leu, mas esqueceu: “...quando um homem é atingido pelo efeito do que se vê e ainda não aprendeu a discernir os efeitos que não se vêem, ele se entrega a hábitos maus, não somente por inclinação, mas por uma atitude deliberada”. Prestem atenção, o jogo não acabou.







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