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Bolsonaro volta com tempo quente


Os últimos dias foram de certo modo fartos para quem acompanha o cenário nacional. Teve homofobia petista na reunião da CCJ, mentiras, deboches e omissões do Ministro da Justiça, apresentação de pedido de impeachment do Lula da Silva, aprovação da CPI do crime organizado, digo, do MST, aprovação inédita de moção de repúdio ao Presidente da República, antecipação de informações (Deputado Kim Kataguiri e do Senador Marcos do Val) que põem em suspeição a conduta do governo federal no dia 8 de janeiro (o que reforça a necessidade da CPMI) e, nesta quinta-feira, teve a volta do ex-Presidente Jair Bolsonaro ao Brasil. Sem contar fatos internacionais importantíssimos, como, por exemplo, o questionamento da inteligência artificial por gente do nível de Elon Musk e outros do naipe.


Abro parêntesis para tratar rapidamente da fala, no mínimo inoportuna, do ex-governador Jorge Viana, atual presidente da APEX, a respeito do agronegócio brasileiro. Embora imediatamente tenha entrado em campo o time do “não foi bem assim”, para aliviar a péssima repercussão traduzida nos pronunciamentos de parlamentares como o Deputado Marcel Van Hatemm, dos Senadores Tereza Cristina, Marcio Bittar e Alan Rick, e de jornalistas do naipe de Alexandre Garcia, não há como negar o erro.


O certo é que o discurso revela a posição de quem olha o agro como uma ameaça ao meio ambiente, mudanças climáticas, aquecimento global etc., etc., o que para nós não é nenhuma surpresa. Sabemos todos, como vítimas, como pensa o governo que quer subordinar a Amazônia aos regulamentos globalistas da ONU/FEM. Vi o discurso proferido. É adequado para público interno, para claque partidária ou para receber aplauso fácil falando em Yanomamis. Esse negócio de denegrir o governo anterior não nos produz resultados em plateias internacionais qualificadas. A própria Confederação Nacional da Agricultura – CNA que, aliás, faz parte do Conselho da APEX, criticou AQUI a declaração. Imagino que a opinião da CNA não seja tida como arroubo de ignorantes no tema.


Voltemos. Embora a volta de Bolsonaro fosse certa, para o governo seria melhor que ele ficasse por lá mesmo. Esse homem aqui é um perigo, dizem os governistas. Uns, cinicamente, porque o acusam de estimular frações radicais da sociedade, outros porque sabem que pelo menos metade da população brasileira está em compasso de espera em termos de liderança política, e o ex-presidente, apesar de tudo que se fez contra ele, permanece hígido perante seu eleitorado.


Como no Brasil a Lei é a de ocasião, preferência e gosto de certos juízes, alguns mais açodados questionam a possibilidade de que ele seja preso, o motivo é o de menos – inventa-se. Outros, mais prudentes, pensam que prender o Bolsonaro sem um motivo inquestionável (o que é parece difícil depois que soltaram o Lula et caterva com dezenas de crimes nas costas) terminaria por motivar o seu fortalecimento. Há, ainda, os que se borrando de medo, propõem um contorcionismo jurídico em que ele seja apenas dado como inelegível, afastando-o do processo. Penso, contrariamente, que isto o transformaria num cabo eleitoral talvez ainda mais eficiente para outro candidato que apoiasse. Enfim, tá difícil lidar com o retorno do Bolsonaro sem arriscar o pescoço de uma turma que, aliás, até aqui só faz e só fala bobagens, com resultados que afastam até agentes do consórcio mídia-justiça-finanças que o elegeu.

Sua chegada, a julgar por imagens fora do consórcio da mídia, foi bastante expressiva.


Apesar de todos os esforços do governo, anúncio e execução de proibições e interdições de acesso ao aeroporto de Brasília, e de terem-no isolado como “medida de segurança”, as áreas livres ficaram lotadas com seus simpatizantes. Já entre políticos e parlamentares na Sede do PL, ele fez um curto pronunciamento e diz que estará a postos para fazer oposição ao governo petista. Com uma dose acertada de humildade não se anunciou como candidato a nada, preferiu ombrear-se a seus aliados e se dispor a construir um projeto renovado, porém, com as mesmas cores e valores. Em entrevista ao SBT, o líder da oposição na Câmara dos Deputados, Carlos Jordy, diz claramente que Bolsonaro é o político capaz de aglutinar os opositores ao lulopetismo. Ricardo Salles, ex-Ministro do Meio Ambiente, em ótima entrevista (sugiro que vejam na íntegra) diz ao Brasil Paralelo o que pensa a respeito e vai na mesma linha.


Temos então, em nível nacional, um novo momento. É indiscutível que a presença efetiva de Bolsonaro no Brasil pode alterar o ritmo da carruagem política,

especialmente se considerarmos que, por enquanto, da inflação ao nível de emprego, da violência à incompetência estampada no maior rombo fiscal para fevereiro em toda a história, o governo Lula e seu time de várzea, como esperado, é um desastre. A bem da verdade, em Brasília, a única coisa que realmente anda é a fila no balcão de distribuição de cargos, incluindo adversários que vendam sua assinatura na CPMI dos atos de 8 de janeiro.

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