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Foto do escritorvalbcampelo

A democracia peleja é nas ruas


Teremos neste domingo, dia 02/10, a mais importante eleição para presidente da história brasileira recente e, considerando a conjuntura global, a mais importante do mundo depois da estranha derrota de Trump nos EUA. Não se trata, como pode parecer para alguns, de mera manutenção ou troca de governo, de estilos administrativos, de maior ou menor grau de corrupção ou de tendência ideológica. É tudo isso e muito mais. O que está em jogo são paradigmas civilizatórios, são escolhas que traduzem uma ideia síntese – como o Brasil estará inserido em um mundo crescentemente globalizado e fluido e como, ao mesmo tempo, manifesta a sua matriz sócio-político-cultural.


Se a opção for o “politicamente correto”, perfeitamente analogizado pelo jornalista Guilherme Fiúza, como o “intelectualmente estúpido”, já que dispensa a reflexão, o pensamento e a crítica, bastará fechar os olhos e os ouvidos e ir com a corrente (México, Chile, Argentina, Colômbia, Bolívia...) seguindo o itinerário da autodestruição, como estamos assistindo na vizinhança. Se, porém, o brasileiro quiser afirmar a sua identidade, suas tradições, sua soberania e se posicionar altivamente no concerto das nações, é rigorosamente necessário preservar os valores que nos trouxeram até aqui – liberdade, pátria, respeito à vida e à propriedade privada.


Apesar de desequilibrada, posto que um tipo de consórcio juntou velha mídia, justiça, “celebridades” e banca financeira, numa dança macabra de negação da verdade e idolatria ao super-herói corrupto de capa vermelha, a campanha das ruas e os próprios debates e entrevistas (muitas delas enviesadas) puseram o pé na porta e mantiveram aberta uma fresta por onde passou um fluxo de ar limpo. O verde e amarelo das manifestações e a valentia do presidente Bolsonaro inspiraram milhões de brasileiros a saírem de suas casas, mostrarem o rosto e bradar orgulhosamente seu amor pelo Brasil, numa espécie de empate cívico à onda socialista que empesteia o ar por onde passa.


Há razões para receio? Sim. Pelo simples fato de que para a esquerda “fazemos pacto até com o diabo” (Dilma Roussef), “vamos tomar o poder” (Zé Dirceu), “vocês não sabem do que somos capazes” (Lula), não há limites morais ou éticos que os impeçam de alcançar seus objetivos. Uma frase de Marx bastante conhecida: “A moral é a impotência em ação”, parece ter sido interpretada pela esquerda como “A ação dispensa a moral”, o que autoriza qualquer desmantelo tendo em vista o atingimento de seus objetivos. Sendo assim, não é impossível que alguma tecla de algum computador em alguma sala secreta seja sutilmente acionada derrubando o templo da verdade.


Ocorre que do lado de cá há gente. Muita gente. Milhões de brasileiros que herdaram dos pais, que herdaram dos pais e assim por diante, valores e princípios que não serão facilmente derrogados, seja por leis abtrusas ou por ações violadoras da liberdade ainda que travestidas de senso comum ao modo midiático. Não nos farão engolir quietos sua ignomínia.


O melhor acontecimento dos últimos anos foi o despertar de nossa gente do ilusionismo que um dia se disse capaz de pôr e dispor de presidentes da república. As TV’s e seus tentáculos, mesmo em conjunto e em guerra incessante, aliadas a frações do judiciário, foram incapazes de por meios normais, mansamente, sacramentar a eleição de um embusteiro associado. Neste domingo, sabe todo brasileiro que somente o inverossímil poderá coroar o ex-presidiário que se faz candidato na canetada suprema, sem frequentar as ruas, prometendo pisotear a liberdade, a vida, a religião e a propriedade privada.


A eleição presidencial não será transformada num jogo de futebol no qual o Ibis ganha do Barcelona por causa de um pênalti marcado por um juiz medíocre. Creio que se enganam os que pensam que algo do tipo acontecerá sem reação da torcida. Por mais que estejam ensaiados os “especialistas”, as autoridades, os atores, as câmeras e os microfones da imprensa moribunda, é nas ruas que a democracia peleja e nunca é demais dizer que Supremo é o Povo.

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